13/10/08

Volante de contenção, só na cadeia

Sem nenhum saudosismo: está difícil parar e assistir a uma partida de futebol do Campeonato Brasileiro. Tanto da Série A quanto da Série B.
A cada jogo que passa percebe-se que o jogador brasileiro sofre horrores na hora de dar um passe de 20 metros. Se for um lançamento (tipo o do Gerson para Jairzinho na Copa de 70), aí é que o troço desanda mesmo. O que falta é treinamento de base. É chegar no ouvido do garoto durante os treinamentos e mostrar como se faz um lançamento, como se dá um passe e, principalmente, como se chuta a gol.
Os treinadores de hoje são chamados de "professor". Eles usam ternos e roupas de grife para ficar à beira do campo gritando, gesticulando e esbravejando. Muitos deles nunca jogaram bola. E os que jogaram foram medíocres em suas épocas. Salvam-se poucos!
No futebol de hoje, é raridade aquele cabeça-de-área clássico tipo Falcão (ex-Internacional – RS); Toninho Cerezzo (ex-Atlético-MG) e Andrade (ex-Flamengo).
O cabeça-de-área ganhou o pomposo nome de volante de contenção no futebol moderno. Esse tipo de jogador nada mais é do aquele sujeito que corre igual maluco em campo, dá carrinhos perigosos e "rifa" a bola sempre que ela chega aos seus pés. Ele é o que popularmente o torcedor chama de botinudo. O Flamengo teve dois exemplos marcantes nos últimos anos: Da Silva e Paulinho. Não se sabe até hoje como esta dupla conseguiu ganhar dinheiro jogando (?) futebol. Se Zico (foto), Rivelino, Júnior, Sócrates e outros craques de décadas passadas ainda estivessem na ativa, com certeza eles seriam bilionários.
Lembro-me até hoje do "elástico" (espécie de drible), que Rivelino deu no saudoso Alcir Portela, em um clássico entre Fluminense e Vasco no Maracanã na década de 70. O pobre do Alcir morreu recentemente sem entender como o Riva fez aquele malabarismo.
Esse é o tipo do lance que fica na memória do torcedor.
Os cabeças-de-área (desculpe-me, volantes de contenção) da Seleção Brasileira, Gilberto Silva e Josué, por exemplo, são jogadores limitados tecnicamente, mas contam com a simpatia do técnico Dunga, que como meio-campista que foi não jogou muito não. Sua principal arma era a raça. Mas isso é outro papo.
Sinceramente, não dá para confiar em uma seleção onde dois jogadores de meio-campo só sabem marcar. Quando a bola chega aos pés de Josué e de Gilberto Silva é um Deus-nos-acuda. Eles ficam rodando de um lado para o outro sem saber o que fazer com a pelota. É por isso que a Seleção Brasileira só ganha bem de times como a fraquíssima Venezuela.
Voltando ao foco desta coluna de estréia, volante de contenção é bom para jogar na cadeia! Até a próxima.

# E-mail para esta coluna: clebioluiz@gmail.com .

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