Jota Carvalho, O Velho Escriba
jota.carvalho@yahoo.com
papoesportivo.com@gmail.com

Fisicamente, Tia Ruth foi embora, mas seu exemplo de amor pelo clube de coração jamais sairá da mente dos americanos e simpatizantes dos demais clubes cariocas, fluminenses e brasileiros. Sim, porque ela era respeitada, imitada e até venerada por facções de torcedores fora do universo rubro. Neste dia 29 de setembro de 2021, o último símbolo das arquibancadas do Rio ascendeu o caminho da LUZ. A eterna menina Ruth torcedora do Mecão não escondia de ninguém sua paixão desde muito nova: “Quando estou nas arquibancadas torcendo pelo meu amor maior, volto a ser a garota que incomodava minha mãe para ouvir pelo rádio os jogos do clube que me conquistou quando ainda não sabia o que era a vida direito. Aprendi o hino e não parava de cantar: ‘hei de torcer, torcer, torcer/hei de torcer até morrer, morrer, morrer…’, contou Tia Ruth no programa Papo Esportivo e Musical, apresentado por este Velho Escriba e pela jornalista Graça Paes, aos domingos, 11h às 13h, na Rádio Carioca AM.
Perto de completar 97 anos, a senhora-torcedora-símbolo saiu da materialidade e entrou na história eterna do futebol brasileiro. Com certeza, se juntou ao precursor das organizadas, Jaime de Carvalho, fundador da lendária ‘Charanga Rubro-Negra’; reencontrou Dulce Rosalina, comandante da torcida vascaína por muitos anos; deu de frente com o fortão Tarzan, número 1 da Alvinegra de General Severiano, viu de novo Paulista, o pó-de-arroz chefe da organizada tricolor das Laranjeiras e esbarrou com ‘Seu Juarez’, o animado lider dos banguenses nos estádios da vida.
Fechado o ciclo dos comandantes da alegria vestidos com camisas diferentes, resta torcer para que, lá de cima, vibrem sobre nós aqui na terra e ressuscitem o verdadeiro futebol um dia o melhor do mundo.
Salve, salve, Tia Ruth! Siga da LUZ, Guerreira Americana! Obrigado, por tudo!