Aula inaugural do Curso de Treinadores de Futebol

O Instituto de Ciências do Futebol (ICF), órgão da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, realizou na noite da segunda-feira (6), a aula inaugural do II Curso de Treinadores de Futebol, em solenidade realizada no auditório da FERJ. O palestrante da noite foi o treinador Sebastião Lazaroni (E) que passou um pouco da sua experiência dentro e fora das quatro linhas para os alunos e convidados. Sinceramente amigos, com todo respeito à figura humana do Sebastião Lazaroni e total desprezo aos organizadores do II Curso de treinadores de futebol do ICF, a cultura, a educação e o ensino no Brasil está começando e se nivelando por baixo. Não que o ex-treinador Lazaroni não tenha tido seu momento profissional e de glória (não se tratada disso), mas, o futebol é evolutivo e, mais ainda, evolutivo até demais para o meu gosto, haja vista reiterados comentários que tenho feito aqui em relação à sua padronização física, técnica e tática, em prejuízo da qualidade individual e da habilidade de quem o pratica. O II Curso não poderia ter começado pior. Mas, como no Brasil o que vale é o canudo vamos engolir mais essa. Veja bem: a culpa não é do Lazaroni; é de quem o convidou para a Aula Magna!

A propósito…

Discute-se em meio aos cronistas profissionais do futebol e até mesmo da galera, que no Brasil só temos profissionais ultrapassados. Lembro-me bem dos tempos em que o Brasil e até mesmo os clubes brasileiros que faziam excursões pelo mundo, atuavam facilmente no sistema 4-3-3, ou seja, dois zagueiros mais os laterais; um cabeça de área e dois meias esquerdo e direito; dois pontas (esquerda e direita) e um centro avante fixo. E o mundo se rendia aos pés do futebol brasileiro, até inventarem o “Beckembauer” e o Baresi, como líberos, para poderem conter o futebol brasileiro, que naquela ocasião voava em campo. Hoje no entanto, a operação se inverteu. Os retranqueiros somos nós que insistimos em jogar com dois zagueiros atrás; três volantes marcadores e mais dois laterais, que muito embora tenham a liberdade de ir ao ataque, pouco avançam e na maioria das vezes são encurralados no meio campo de defesa. Ora, por que isso? Me apresentem meus caros leitores, um treinador que faça isso diferente aqui no Brasil, sobretudo, quando assumem a Seleção Brasileira? Nos clubes isso ainda pode até acontecer, mas é difícil. Na última quarta-feira, no jogo São Paulo x Vasco, o Celso Roth se borrando entrou em campo com dois zagueiros e três volantes e levou em menos de 20 minutos duas “piabas” e um “banho de bola” dos comandados do colombiano Osório. Resultado: teve que queimar uma substituição ainda na metade do primeiro tempo. Enfim, por que fiz essa análise? Para mostrar que estamos mal, quando convidamos para uma Aula Magna, o Sebastião Lazaroni. Mas, o demérito é só dele?… Óbvio que não. “Está tudo errado!”Diria o meu querido Gerson Canhotinha.

E o América pelo menos me fez engolir seco meus comentários

Se depender da estréia no triangular final da Série B do Rio de Janeiro, eu diria que o América me fez engolir meus comentários ao vencer o Americano lá em Campos pelo placar de 2 a 0 e começar com o pé direito as finais da competição. Bem feito para mim! Mas, comentarista tem que ser audacioso; mexer com os brios dos atletas e dos dirigentes. Assim era João Saldanha, que não media palavras para tecer críticas a quem “mijava fora do penico” como se diz popularmente. De sorte que, além dos três pontos o Mecão quebrou um tabu de não vencer os clubes campistas lá no Norte Fluminense e ainda esquentou mais o jogo deste sábado contra a Lusa, no Estádio Giulite Coutinho, em Édson Passos. Pode parecer que não, mas fiquei feliz de ver o América buscar esse resultado. Sabem por que? Porque eu conheci um América que era grande e fazia jus à sua grandeza. Esse é o América dos velhos tempos. Agora: “Angu de um dia não engorda cachorro”. É preciso fazer o dever de casa neste sábado. Não pensem que mudei de opinião ainda não. Quero ver o brio dos jogadores do Mecão!!!!

Twitando

* É óbvio que o comentarista tem que ser audacioso e contribuir para o bem do espetáculo, seja ele o futebol ou qualquer outro. Comentarista “água com açúcar” só serve para encher linguiça”. E eu não quero saber disso não. Nesse ponto, sou mais a audácia do João Saldanha do que a diplomacia do Luiz Mendes (Quantas saudades dos dois!)

* Será na próxima quinta-feira (23), o torneio beneficente “Marinho Bola de Ouro”, no campo do Entrerriense às 19h. Estarei lá, muito embora seja dia de fechar a nossa coluna.

* Quero mandar um abraço ao meu amigo Bris Belga, que conheci na pré-temporada do Fluminense em São José do Vale do Rio Preto há alguns anos e, de lá para cá tive a oportunidade de vê-lo poucas vezes em razão dos compromissos desencontrados, muito embora, ele esteja sempre visitando nossa cidade depois disso. Sucesso para você Bris!

* Para quem não sabe, o Bris é o grande idealizador dessa homenagem ao ex-jogador do Bangu Atlético Clube, obviamente, com uma parceria numerosa que a gente só tem a agradecer. E eu já o faço desde já, pois sei que o Bris o faria.

* Nada contra o técnico Sebastião Lazaroni, quando iniciei minha coluna criticando a Aula Inaugural do Curso de Treinadores do ICF ligado à FFERJ. Na verdade, por ser treinador brasileiro e a classe passar por uma crise de identidade muito grande, sobrou para ele, encabeçar a lista de regulares profissionais existentes hoje no futebol brasileiro.

* Dia 19 de julho próximo teremos a decisão do Torneio Master de Inverno de Futebol de São José do Vale do Rio Preto. Na próxima semana estaremos divulgando o nome dos finalistas. Para matar as saudades estarei na latinha. Isto é, se a emissora que eu amo for transmitir a peleja.

* Por falar em emissora que eu amo, a Rádio Ativa Rio FM Web está dando um show de cobertura no Campeonato Brasileiro. Sob o comando de Fábio Guerra Júnior, Vanderlei Soares, Marcelino Santana e Maurício Passos dão muito mais vida e brilho ao nosso decadente futebol brasileiro.

*É isso aí galera! Vamos ficando por aqui. Semana que vem estaremos de volta se Deus assim nos permitir. Beijo no coração de todos e até lá!

Por Reisinaldo Esteves
Foto: Úrsula Nery/Agência Ferj