Papo do Rei – Síndrome do rebaixamento – 02 a 07/10/2015

Síndrome do rebaixamento

O futebol do Rio de Janeiro tem vivido nos últimos anos a “síndrome do rebaixamento”. Com exceção do Flamengo, que ainda não foi rebaixado e, vez ou outra foi ameaçado de frequentar a região do chamado Z4, todos já experimentaram essa dor e vivem sentindo os sintomas e as sequelas dessa triste situação do nosso futebol. O Vasco e o Botafogo lideram o número de rebaixamentos no Rio, seguido do Fluminense, que quando caiu pela primeira vez, desabou até a Série C, de lá retornando somente com ajudinha da “virada de mesa”. Infelizmente, não tenho motivos para escrever e meditar sobre coisas boas no nosso futebol e, pior que isso, no futebol como um todo. E o pior é que o Rio de Janeiro é a segunda praça, “economicamente” (assim mesmo entre aspas), do Brasil, onde por via de regras deveria ser a segunda mais favorecida. Coisa que não acontece.

E a síndrome é de alto a baixo

O pior disso tudo é que os reflexos da “doença” dos quatro da elite carioca – nem conto mais o América que da Série A do Brasileirão foi banido da competição, iniciando-se a decadência do Rio – desta feita foi o Madureira que da Série C, foi rebaixado à Série D, que na verdade é uma copinha para adoçar e massagear o ego dos seus protagonistas que pagam para disputá-la, assim como acontece na Copa Rio. Triste realidade, mas esse é o futebol brasileiro.

Madureira dispensa oito atletas

MadureiraTimeRebaixado 2015Por conta da “síndrome” que venho falando, na última segunda-feira, o Madureira Esporte Clube (Foto: Emerson Pereira/Super Gol), dispensou oito atletas profissionais, que sequer vou nomeá-los e enumerá-los até por uma questão de psicologia desportiva. Sim, pois pior do que jogar futebol, fingindo que ganha e trocando figurinhas é o dissabor de ainda ficar sem clube, por menor que seja sua expressão. O clube da “terra do samba” já praticamente assumiu a condição de férias e disputa a “Copa Cata Níquel”, ou melhor a Copa Rio, com os atletas da base e alguns outros que são prata da casa. E assim, os clubes vão “rezando e de pires nas mãos, com vela e tudo mais que é de direito, iguais fiéis em procissões no nordeste”, doidos para que o final do ano chegue logo e uma nova esperança se renove em 2016.

Em São José um plantel inteiro treina sem oportunidades

Vocês podem até pensar que é pessimismo meu o fato de esta semana estar focando as desgraças do futebol do Rio de Janeiro, exatamente na sua situação mais crítica. Mas, não é. É realidade pura e vou dar mais uma informação de primeira mão. Vocês se lembram que no ano passado o União Central disputou a competição com o nome de União Central Riopretano? Pois é. Este ano, o União Central e aqueles atletas egressos do Imperial de Petrópolis, clube de empresários, estão passando o ano inteiro aqui na “cidade das águas de março”, somente treinando no estádio municipal e alojados num hotel fazenda tradicional, que fez um pacote especial para mantê-los juntos. Todos, jovens promessas, e alguns casados e com filhos, fora do mercado profissional. Treinam em troca da comida e da educação, únicas exigências que não poderiam ficar de fora, sob pena de se transformarem em verdadeiros escravos. Um tipo de balcão de espera de oportunidades, que não vieram na temporada atual e, sabe Deus, se virá em 2016. Querem comprovar? Desloquem profissionais de mídia especializada para cá e confirmem minha pauta que dou de bandeja às editorias esportivas do Rio de janeiro.

Twitando

* É amigos, eu até gostaria de ser entusiasta, mas não tenho como. Convivo com o lado negro do profissionalismo do futebol do Rio de Janeiro, mesmo aparentemente estando longe do grande bolsão de pobreza dele, muito embora, a região central serrana do Estado, pudesse fazer parte do Grande Rio, uma vez que se encontra a menos de 100 quilômetros de seus eixos centrais;

* Feliz aniversário Gilsão! Com essas palavras quero abraçar meu amigo e irmão GILSON FRANCISCO BORSATO, profissional e figura humana das mais queridas e simpáticas que conheci na minha vida. E o mais importante: petropolitano como eu, que aniversaria exatamente no dia de São Francisco de Assis, o padroeiro da simplicidade e do despojamento humano. Beijão Gilsão! Que Deus te abençoe e te guarde e te conserve esse cara inigualável de hoje, amanhã, sempre e para toda a eternidade!!!

* E o Dunga? “Puto” com o Romário porque o baixinho falou a verdade. Fala sério né? Esse gaúcho não emplaca as Olimpíadas de 2016. O que tem de garra (e eu o respeito pelo fato ter sido um dos maestros do tetra), tem de marrento e de incompetente fora das quatro linhas. Agora eu afirmo sem medo de errar: é o final da ERA DUNGA! Em outras palavras: “Já era Dunga!” Quem viver verá.

* Enquanto o futebol profissional cai, o futebol amador, com um mistão de desempregados lá de cima, na surdina e nas “ligas barbantes”, tudo com o conhecimento explícito da Federação, estão bombando em todos os Municípios do Brasil. Aqui em São José tenho narrado verdadeiras guerras de garra e de talentos ansiosos em mostrar serviços;

* Tem coleguinha aí que precisa respeitar os mais novos. “Não sabe brincar, não desce para play”. Essa semana, tive um dissabor com um “parceirão” que respeito muito, mas tive de ser duro com ele no Facebook. Respeito de opinião devem ser recíprocos e jamais pode sair do profissional para o pessoal e principalmente (diga-se de passagem), para o fanatismo político. Está registrado!

* Quero abraçar meu amigo, irmão e colega Cláudio Afonso, um dos maiores talentos da crônica esportiva da atualidade. Gravem o que eu estou dizendo: ele hoje já está numa grande emissora e, já, já, estará estrelando seu talento numa emissora maior ainda, onde um público maior, poderá saborear dos frutos de seu conhecimento.

* Agradecendo também o convite da chefia de esportes da Flu AM 540, que lembrou do nosso nome, para uma mesa redonda, que acontecerá neste sábado, a partir das 14h e, que debaterá com os grandes nomes do futebol, da crônica e do rádio fluminense, os problemas e conflitos do futebol carioca. Infelizmente, o convite veio em cima da hora e minha agenda, não permitiu o encaixe. Mas sugiro a atração para todos que são amantes do futebol do Rio de Janeiro.

* Para finalizar, pedir desculpas aos meus leitores pelas reiteradas colunas negativas que tenho escrito. Infelizmente não estamos aqui para mentir nem semear otimismo, quando o quadro é preocupante. No mais, um excelente final de semana a todos e até a próxima sexta-feira, se Deus nos permitir, é claro!
Por Reisinaldo Esteves
Email: reisinaldo@hotmail.com

………………………………………………………………………………………………………………………………………………
*A opinião do colunista é pessoal e não reflete necessariamente o pensamento do site.
………………………………………………………………………………………………………………………………………………

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *