O valor da família na vida da campeã Emily Rosa

Por trás de um grande homem existe sempre uma grande mulher e vice-versa. Por trás de um atleta vencedor existirá sempre um excelente treinador, mas poderá existir também uma família que apoia e torce bastante.

Rogério e Lucilene prometem continuar apoiando a filha Emily Rosa rumo a novas conquistas na carreira (Foto: Jaílza Ribeiro/Divulgação)

Rogério e Lucilene prometem continuar apoiando a filha Emily Rosa rumo às novas conquistas na carreira (Foto: Jaílza Ribeiro/Divulgação)

É o caso da campeã mundial e bicampeã sul-americana de levantamento de peso, Emily Rosa, 17 anos, moradora do bairro Ambaí, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Nesta reportagem para o PAPO ESPORTIVO o pai, Rogério Figueiredo e a mãe, Lucilene Rosa, falam da carreira e do orgulho de ter uma campeã dentro de casa. Segundo Rogério, o espírito de atleta foi despertado pela ginástica olímpica. “Com cinco anos, ela viu uma apresentação na televisão e se encantou pela modalidade”, conta. “Depois, com seis, começou a treinar na ginástica e não parou mais de praticar esportes”, acrescenta Rogério.
Considerada uma das atletas mais premiadas do Estado, Emily praticou ainda saltos ornamentais até desembarcar de vez no levantamento de peso, aos 12 anos. “Foi paixão à primeira vista”, revela a campeã, que destaca a boa base adquirida na ginástica olímpica e no salto ornamental, como um dos fatores de adaptação rápida ao levantamento de peso. “Contribuiu muito na minha evolução e assimilação das técnicas na nova modalidade, de acordo com análise do meu treinador, o tenente Carlos Aveiro”, afirma.
“Sinto-me feliz por ser o pai da Emily, principalmente pela jovem determinada, focada em seus objetivos no esporte. Muitas vezes, quando acordo para trabalhar ela já está pronta para seguir rumo ao Cefan da Marinha, na Avenida Brasil, seu local de treinamentos. Ela é um exemplo para nós da família. O apoio psicológico, financeiro e o incentivo ela sempre terá de nossa parte”, finaliza Rogério Figueiredo.
Lucilene Rosa não titubeia quando é perguntada sobre a sensação de ter em casa uma campeã esportiva determinada e dona de uma força de vontade de vencer que salta aos olhos: “Sinto uma felicidade intensa, realizada pela filha que tenho e procuro passar isso para ela, até como força em sua caminhada. Prefiro ser conhecida como a mãe da Emily, tal o orgulho que sinto dela”, afirma.
Lucilene narra emocionada uma passagem marcante que definiu o apoio definitivo da família à carreira da filha, em um momento de dificuldades. “Numa das viagens de ônibus para o ginásio do Flamengo, onde ela, com oito anos, fazia ginástica olímpica, após passar um bom período pelo Sesc de Nova Iguaçu, estávamos no engarrafamento de quase três horas na Avenida Brasil e só tínhamos água na bolsa. Eu disse: filha, desiste. É muito difícil. A gente não vai conseguir chegar a lugar nenhum. Ela parou, olhou para mim e falou: mãe, com você vai ser difícil chegar lá; sem você será mais difícil, ainda. Mesmo assim, eu vou chegar lá; com ou sem você mãe. Aí, eu parei e pensei que a partir daquele momento não deixaria minha filha desistir do sonho dela. Me senti envergonhada, porque estava achando que aquilo era a maior dificuldade do mundo e ela me mostrou que não, que quando a pessoa quer, os obstáculos se tornam incentivos rumo ao sucesso. Graças a esse espírito determinado, a Emily conseguiu chegar ao estágio atual e tem muito ainda para conquistar. Meu papel, agora, é continuar lado a lado com minha filha, porque há momentos que o sonho dos filhos passa a ser dos pais também”.
“Tenho uma família que me ama” – Em poucas palavras, a pesista mais laureada da Baixada Fluminense diz o que sente ao receber o amor da família, em sua caminhada: “Sempre farei o melhor possível, para meus pais e minha família. Se não fosse eles eu não chegaria até aqui. Independentemente de qualquer coisa sei que sempre estarão do meu lado. Isso é o mais importante para mim. Quando estou triste por alguma dificuldade ou fato negativo, penso: não se abata, siga firme, seus pais estão torcendo por você; sua família quer o seu sucesso. Isso serve como combustível para cada vez mais me preparar e lutar pelas conquistas. Tenho uma família que me ama. Por isso, o apoio dela na minha vida é fundamental”.

A sensação de ser premiada como destaque em Nova Iguaçu

Emily recebeu o troféu conquistado das mãos de seu treinador, o tenente Carlos Aveiro (Foto: Alziro Xavier/PCNI)

Emily recebeu o troféu conquistado das mãos de seu treinador, o tenente Carlos Aveiro (Foto: Alziro Xavier/PCNI)

A noite de 3 de dezembro de 2015 foi de festa para o esporte em Nova Iguaçu. Uma noite de pura emoção. Diante de um auditório lotado de personalidades do mundo esportivo, atletas de várias modalidades não conseguiram esconder a felicidade de serem premiados como os melhores do ano. Jogadores de futebol, atletas de natação, judô e de levantamento de peso, entre outros, subiram ao palco do Teatro Sylvio, na Casa da Cultura, com status de grandes estrelas. O evento promovido pela Prefeitura de Nova Iguaçu, em parceria com a Liga de Desportos da cidade, reuniu o que há de melhor, como a levantadora de pesos, Emily Rosa, medalhista mundial e recordista pan-americana.
Sobre ser laureada em Nova Iguaçu, Emily classificou o momento como importante. “É uma emoção diferente ser reconhecida na cidade onde nasci, me criei e moro ainda. Esse prêmio é o símbolo de uma trajetória que teve em Nova Iguaçu o seu início. Foi muito bom receber a premiação das mãos do meu técnico Carlos Aveiro e ser felicitada pelo jornalista Paulo Cezar Pereira, chefe da Comunicação Social da prefeitura”, disse.
Em 2015, Emily, que conta com o patrocínio da Odebrecht e apoio do prefeito Nelson Bornier, disputou o Pan-americano, no México. Emily era uma das favoritas ao pódio. Estreando nos 48 kg, ficou em quarto lugar no arranco (68 kg); sexto no arremesso (83 kg) e também na sexta colocação no total (151 kg).
Em Lima, conquistou a medalha de bronze na categoria até 44kg, levantando um total de 145kg. De quebra, ela ainda levou o bronze no arranco (85kg) e fechou na quarta posição no arremesso (80kg). No ano anterior, a iguaçuana participou das Olimpíadas da Juventude na China, evento que reuniu mais de quatro mil atletas entre 14 e 18 anos. Emily também quebrou todos os recordes no Campeonato Estadual. “Agora meu foco é treinar muito para continuar conquistando títulos. Estou com esperança de medalhas no Brasileiro deste ano 2016, em março”, concluiu.

A Melhor Atleta do Mundial Sub-17, em Lima, no Peru

Emily logo após ser eleita a melhor do mundo no levantamento de peso categoria juvenil (Foto: CBLP)

Emily logo após ser eleita a melhor do mundo no levantamento de peso categoria juvenil (Foto: CBLP)

Primeira atleta brasileira a conquistar medalha em Campeonato Mundial Sub-17 de Levantamento de Pesos, Emily Rosa também ganhou o Troféu Mídia IWF de Melhor Atleta Feminina da competição. O prêmio foi entregue na cerimônia de encerramento do evento, realizada dia 12 de abril do ano passado, em Lima, no Peru. O Mundial Sub-17 reuniu 98 pesistas no feminino e 90 no masculino, com idade até 17 anos, representando 28 países. No primeiro dia de disputas, quarta-feira (8/4/15), a brasileira de Nova Iguaçu, faturou duas medalhas de bronze, na categoria até 44kg: no arranco (85kg) e no total (145kg). No masculino, o Troféu Mídia IWF de Melhor Atleta foi conquistado pelo ucraniano Igor Obukhov.
A cerimônia de encerramento do Mundial Sub-17 de Levantamento de Pesos, que foi disputado de 8 a 12 de abril, no María Angola Hotel e Centro de Convenciones, em Lima, contou com a presença do vice-presidente da IWF ( Federação Internacional de Levantamento de Pesos), Sam Coffa; do membro da IOC, Ivan Dibos; e do presidente do Comitê Olímpico Peruano e da Federação Peruana e também vice-presidente da IWF, Jose Quiñones.
Além das duas medalhas de Emily, o Brasil conquistou outras quatro, na categoria 48 kg, com a também fluminense Aline Facciola, 15 anos (ouro no arranco e prata no total) e a mineira Luana Madeira (prata no arranco e bronze no total). Até a edição 2015 do Mundial Sub-17, o Brasil havia conquistado medalhas em Campeonatos Mundiais de Levantamento de Pesos somente em 2010, quando Fernando Reis ficou em terceiro lugar no Mundial Júnior, no arranco da categoria 105kg. (Fonte: Federação Brasileira de Levantamento de Pesos – CBLP)
Por Jota Carvalho/Editor do Papo Esportivo
jota.carvalho@gmail.com

One Comments

  1. Parabéns prima q deus continue abençoado sempre sua vida ??

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