Marta ganha nacionalidade sueca e jura amor pelo país

Rainha Marta, o maior nome da história do futebol feminino brasileiro e uma das maiores atletas do mundo na modalidade, anunciou, nesta quarta (15/03), que conseguiu a nacionalidade sueca.

Marta, jovem ainda, no Silveirão, com a camisa do Progesterona, em 2002 (Foto: Arquivo/LDNI)

Em entrevista ao jornal sueco Sydsvenksan, a camisa 10 confirmou sua dupla-nacionalidade. No entanto, a artilheira da Seleção Brasileira não deixará de defender a camisa de seu país natal. “Quero poder viver a longo prazo na Suécia. Eu gosto de tudo na Suécia e agora terei a possibilidade de continuar vivendo aqui quando encerrar minha carreira”, afirmou a Rainha, que em fevereiro completou 31 anos.
A jogadora ainda reiterou que a naturalização sueca “não tem nada a ver com o futebol, e sim com a vida”. Apesar da nacionalidade, Marta não pode jogar pela seleção da Suécia. De acordo com as regras da Fifa, nenhum atleta pode atuar por duas seleções em partidas oficiais.
Como a jogadora defende o Brasil desde as categorias de base, sendo a maior artilheira da história, continuará vestindo a camisa verde e amarela. “Me sinto sueca também. Estou hiper-feliz de ter feito agora”, comentou.
Marta defende o clube sueco FC Rosengard, de Malmo, desde 2013. Ainda aos 18 anos, a camisa 10 do Brasil deixou o país rumo a Suécia para atuar pelo Umea. Com pequenos intervalos quando atuou por times nos Estados Unidos e no Brasil, Marta participa de sua 11ª temporada no futebol sueco.
>> A menina de 14 anos foi campeã em Nova Iguaçu – Após deixar Dois Riachos, cidade natal em Alagoas, Marta, então com 14 anos, foi parar em São Januário carregando na bagagem o sonho de jogar o Estadual Sub-15 de Futebol Feminino do Rio o que não aconteceu pela ausência de competições na época (2000).
Levada por colegas das quadras de futsal a futura craque ‘desembarcou’ em São João de Meriti para defender o Progesterona, da presidente Mônica Soares, equipe então filiada à Liga de Desportos de Nova Iguaçu, comandada por Luiz Carlos Pina.

Pina: “lembro dos seus passes precisos, dribles desconcertantes e chutes certeiros” (Foto: Arquivo/Papo Esportivo.Com)

Nos campos iguaçuanos, a menina boa de bola se destacou entre as adultas em três anos. “Em 2000 ela foi vice-campeã da Taça Cidade de Nova Iguaçu e campeã da mesma competição em 2002, numa final de alto nível contra o Cepe-Caxias, no Estádio Antony Andrade da Silveira, o Silveirão, em Iguaçu Velho. O 3 a 1, com dois gols dela, foi o marcador final”, conta Pina.
“No meio, em 2001, Marta, ganhou o Torneio de Verão Feminino, também com destaque, frente ao Morro Agudo Futebol Clube”, acrescenta o Luiz Carlos Pina.
Sobre a passagem da menina Marta pela Cidade, Pina considera um marco, principalmente pelo salto que a jogadora deu na profissão em nível mundial. “Quando ela jogou aqui, era uma desconhecida, embora se destacasse pela técnica apurada sobre as demais atletas. Lembro dos seus passes precisos, dribles desconcertantes e chutes certeiros, que quase sempre balançavam as redes adversárias”, relembra o dirigente.
Depois de jogar em Nova Iguaçu, Marta foi indicada para a Seleção Brasileira Sub-17, treinada à época por Jorge Barcelos, nascido em Japeri. Sua passagem por clubes paulistas amadureceu ainda mais o estilo de jogar da Rainha, cinco vezes eleita, ‘a melhor do mundo’. Jogadora da seleção, Marta chegou ao futebol feminino da Suécia com 18 anos.

Por Jota Carvalho / Editor do Papo Esportivo
E-mail: papoesportivo.com@papoesportivo.com
Foto/Topo: Martin Bernetti/AFP

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