Machismo nos estádios: ‘Mulheres de Arquibancada’ promove encontro em Meriti

Quem diz que a mulherada que curte futebol está dormindo, se engana. O ‘Movimento Mulheres de Arquibancada’, que completou um ano dia 8 de março deste ano, e tem como objetivos lutar contra o machismo nos estádio brasileiros e estimular a presença feminina nos jogos de futebol, estará realizando neste domingo (11), das 9h às 13h, o 1º Encontro Regional de Mulheres de Arquibancada do Rio de Janeiro, no Colégio Fluminense Central, em São João de Meriti (Rua Coronel Henrique Fonseca, 228 – Centro).

Segundo a organização do evento, estão convidadas mulheres das torcidas de todos os times cariocas ou não que costumam frequentar os estádios e são importunadas por atitudes machistas dos torcedores homens.
De acordo com Kiti Abreu, uma das mentoras do evento, “no encontro serão discutidas opiniões, compartilhadas experiências das mulheres nas arquibancadas e pactuadas ações de luta contra o machismo e pelo empoderamento feminino nos estádios”.

‘Machistômetro’ contra abusos diversos

Criado exatamente há um ano, o ‘Mulheres de Arquibancada’ propõe ações didáticas para sensibilizar torcedores e torcedoras sobre atitudes que ofendem e discriminam. Uma delas é o “machistômetro”, cartilha distribuída durante os jogos descrevendo comportamentos machistas, como “proibir mulher de tocar na bateria”, “aproveitar a hora do gol para ‘sarrar’ a torcedora” e “mandar a mulher explicar a regra do impedimento”.
“Por muito tempo, a mulher na arquibancada era vista apenas como um enfeite. Mas nós somos torcedoras de verdade, amamos nosso time e queremos ser respeitadas. Felizmente, os clubes começam a olhar para nós de uma maneira diferente. Nosso movimento está acima de qualquer rivalidade. Seguimos unidas para torcer, protestar e incentivar outras mulheres que sentem receio de frequentar estádios a se juntarem ao grupo”, explica Kiti Abreu.
“Temos 140 mulheres inscritas e o evento também contará com a presença de líderes de torcidas organizadas de vários clubes. “Para mudar a cultura machista nos estádios, é preciso mostrar aos torcedores que eles podem nos ajudar nessa luta”, acrescenta Kiti.
De acordo com o grupo que integra o movimento, as campanhas dos clubes representam um primeiro – e importante – passo em prol da inclusão de mulheres no futebol. Porém, devem ser acompanhadas de uma conduta permanente que se reflita no dia a dia de dirigentes e jogadores. “As campanhas precisam colaborar para uma alteração efetiva dos comportamentos e da vida das pessoas. Elas têm de se transformar em ações. A defesa e conscientização da igualdade, dos direitos das mulheres, principalmente no futebol, um dos espaços mais machistas que ainda prevalece, é um esforço que merece atuação contínua”, finaliza Kiti Abreu.
Em junho de 2017 aconteceu em São Paulo, no Pacaembu, o 1º Encontro Nacional de Mulheres de Arquibancada, que reuniu cerca de 350 torcedoras de times de onze estados brasileiros.

TVT mostra opiniões de mulheres que participaram do Encontro Nacional

Por Jota Carvalho / Papo Esportivo (com assessoria de imprensa)

Foto/Topo: Divulgação/Fluminense
Legenda: Torcedoras do Fluminense divulgam o 1º Encontro das Mulheres de Arquibancada, na Baixada, em um dos jogos do clube

 

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