Grogue! Assim fiquei no início desta semana. Começo pedindo desculpas aos internautas e companheiros do Papo Esportivo, pelas 24 horas de atraso na nossa coluna. Mas, confesso-me grogue, com todos os fatos que ocorreram no mundo esportivo, sem fazer distinção a dirigentes, jogadores, colegas de imprensa e quem mais foi envolvido nessa catástrofe. Confesso-me ainda, saber lidar com a morte, mas na fatídica manhã do acidente, sequer eu tinha cabeça para pensar nisso ou naquilo. Trabalho? Que nada!… Não conseguia me concentrar. Mais ainda, quando soube que o Victorino Chermont Filho (foto), meu amigo de infância aqui da Fazenda Belém, em São José do Vale do Rio Preto e, posteriormente, colega de jornalismo esportivo, filho do também Doutor Victorino Chermont, advogado, amigo e colega de profissão, estava no voo. Aí que as coisas me embaratinaram mais. De sorte que, até este momento ainda me encontro meio que anestesiado. Me perdoem!

Vida que segue, neste sábado em Búzios e no domingo pela manhã em Chapecó

Não obstante aos avessos da vida, a vida precisa continuar. E neste sábado estarei em Búzios para um compromisso familiar e no domingo pela manhã viajarei a Chapecó para acompanhar às exéquias dos atletas e dirigentes da Chapecoense. Sequer poderei me fazer presente nas exéquias dos colegas do Rio, até porque, não temos data nem hora certa para tal. Meus colegas, Marcelino Santana e Paulo Roberto Rodrígues, estarão apostos para a cobertura desse trabalho e ao mesmo tempo, ato de solidariedade e carinho, com os familiares e colegas de imprensa.

Chapecoense x Atlético Mineiro: muito disse-me-disse

Muito se diz e muito se comenta acerca do jogo da Chape contra o Atlético Mineiro. Alguns acham que a partida não pode acontecer. Eu também concordo. Mas, os clubes precisam cumprir o calendário coletivo e comparecerem ou não comparecerem a campo para a partida que deve ser programada normalmente. Leiam bem: PROGRAMADA!!!!. Os clubes por sua vez, podem abrir mão de atuar ou não atuar, e se sujeitarem às perdas que não serão maiores do que às já amealhadas, ou melhor dizendo, compartilhada com o mundo esportivo de todos os cantos da terra. Ah, mas, o América Mineiro tinha uma programação e também não poderá jogar. Que não jogue e perca a partida por WO. É um direito deles. Mas, a CBF tem que manter a programação de qualquer jeito. Eu por exemplo vou levar um “puxão de orelhas” do meu editor pelo atraso na coluna, mas, são ônus do ofício. Todo o ocorrido me deixou confuso e eu perdi noção do tempo e atrasei a edição do texto. Agora, o que não pode ocorrer é eu abandonar o site e não dar satisfação nenhuma. Até porque, A RODADA É VITAL PARA TODO O SUCESSO DA COMPETIÇÃO, e, por falta de dois ou três soldados, o combate não pode parar.

Mudando de assunto…

Em parte, pois, não temos como fugir do centro do assunto, no que diz respeito à indenizações e responsabilidades, podem ter certeza que os trâmites e as regras não são diferentes de qualquer outro acidente de trabalho, pensão ou previdência. Além disso, no aspecto da culpa e da responsabilidade por danos, da mesma forma, os lesados e seus sucessores também podem pleitear em juízo à reparação dos danos, lucros cessantes, etc. Não há que se questionar como ficarão os sucessores das vítimas, pois a lei já prevê esse tipo de situação. Nada impede no entanto, que sejam promovidos eventos de solidariedade paralelos.

Responsabilidade da CBF

Muitos coleguinhas aproveitaram os fatos ocorridos para cornetar a CBF e dizer que a entidade tem que fazer isso ou aquilo. Não é bem assim. A responsabilidade é atribuída a quem na verdade deveria observar o cuidado objetivo necessário (culpa), ou a vontade causar e produzir o efeito (dolo). De forma que qualquer balela fora disso é sensacionalismo e oportunismo. Tudo bem que a CBF pode encabeçar uma ajuda e um auxílio à Chape e aos familiares de seus atletas e profissionais, mas dizer que ela tem obrigação é querer promover-se à custa da desgraça dos outros.

Outra coisa…

Solidariedade não se impõe. Solidariedade se exerce e se propaga. Tem coleguinhas aí diminuindo simples gestos de solidariedade e exigindo solidariedade. Não vejo dessa forma. A solidariedade tem que brotar do AMOR e não da obrigação. A obrigação é meramente ética e legal. A solidariedade transcende o dever legal e à moral. De sorte que, penso que tem muitos colegas despreparados para assentar-se numa bancada e comentar determinados assuntos que não são de seus domínios.

Twitando

>> Mais uma vez gostaria de me desculpar pelo atraso na edição da coluna. Desta feita não tem desculpas, senão o fato de eu ter me perdido no tempo e confundido o calendário.

>> Victorino Chermont, estagiário da Rádio Globo, pupilo do Gilson Ricardo, dois grandes amigos de ontem de hoje e de sempre. Companheiros da tradicional pelada de dias de folga e que para sempre estará nos nossos corações. Falo isso em meu nome e em nome do Gilsão.

>> Por falar em Gilsão, todos os domingos à noite o outrora esperto, hoje faz a Alegria da Galera da Super Rádio Tupi em 1280 Khz, 96,5MHz e tupi.am ou tupi.fm, na Internet.

>> Outro que partiu junto com os jogadores da Chapecoense, foi o gaúcho zagueiro, Felipe, que tive o prazer de conviver no Resende FC, no Sul Fluminense. Nossa solidariedade aos familiares.

>> Para finalizar, dizer o que sempre digo aqui: até a próxima sexta-feira SE DEUS PERMITIR, pois, assim como aconteceu o arrebatamento precoce da delegação da Chape e de nossos colegas, esse velho amigo também poderá ser arrebatado a qualquer momento.

Por Reisinaldo Esteves
Email: reisinaldo@hotmail.com
Foto: Divulgação

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*A opinião do colunista é pessoal e não reflete necessariamente o pensamento do site.
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